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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Revelando

A literatura barroca se revelou em meio a conflitos. Registrou um momento de crise espiritual na cultura ocidental. Num momento de choque entre as duas mentalidades da época, duas visões do mundo: de um lado o paganismo e o sensualismo renascentista, este estava no seu fim, e do outro uma forte onda de religiosidade, semelhante ao teocentrismo medieval.
 

Assim veio um período de grande turbulência política, social e principalmente religiosa. A incerteza e a crise tomou conta da vida portuguesa. Fatos importantes como: o término do Ciclo das Grandes Navegações, a Reforma Protestante, por Lutero (na Alemanha) e Calvino (na França) e o movimento católico de Contra-Reforma marca o contexto na história e contribui para a criação do "Mito do Sebastianismo" - esse mito foi criado com o desaparecimento de D. Sebastião, rei de Portugal, onde dizia que toda a felicidade havia ido embora junto com o seu desaparecimento.

O barroco se revela na busca da novidade e surpresa. O gosto pela dificuldade, na idéia de que nada é estável, tudo tem que ser decifrado. Assim, existem duas tendências que se manifestam no estilo barroco: o Cultismo, que se caracteriza pelo uso de figuras de linguagem e um vocabulário sofisticado e o Conceptísmo, que se caracteriza por um jogo de idéias, formado pelas sutilezas do raciocínio e do pensamento lógico, por analogias e várias historias ilustrativas. 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A arte da indisciplina

A arte barroca é bastante dinâmica. Diferente da clássica, ela apresenta agitação, conflitos e violentas contradições. Em geral, apresenta temas como morte e vida, matéria e espírito, amor platônico e amor carnal, perdão e pecado, dentre outros. 


Caravaggio-Amore vincitore



                                                           
 Diego Velázquez - Dwarf


 A pintura barroca se expandiu rapidamente pela Itália, Espanha, países baixos e França. Na Itália o representante desse estilo foi Caravaggio. Suas pinturas eram apaixonadas, violentas e muito dramáticas. Diego Velázquez, representante do barroco na Espanha, sofreu grande influência de Caravaggio, todavia, suas pinturas eram emotivas, diferentemente da italiana.


As esculturas buscam contagiar tudo que está ao seu redor com seu movimento. Os santos não ficam estáticos no altar, mas parecem ascender aos céus. Muitas vezes eram usados tecidos e cabelos humanos, na intenção de conseguir um aspecto mais real.


No período barroco, a arquitetura se destaca. A pintura e a escultura completam e contribuem para a harmonia do conjunto. O contraste entre os espaços côncavos e convexos trazem um dinamismo que dificilmente é encontrado em outros estilos. Os principais edifícios barrocos são palácios, que se destacam por sua riqueza ornamental, como o palácio de Queluz  e  o palácio de Mafra, em Portugal.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Brasil Barroco


O Barroco foi um movimento caracterizado pelo exagero, rebuscamento e excessivas ornamentações. Como corrente estética e cultural o barroco resistiu até o século XVIII
Esse movimento chegou ao Brasil pelos colonizadores, por volta de XVII, muitos anos após seu auge pela Europa. Nessa foram surgindo grupos no Brasil, formada por alguns poucos intelectuais que se formavam na Europa e vinham trazendo as novas idéias.
            Assim começou o movimento barroco no Brasil. Contudo, a realidade brasileira era muito diferente da européia. Grande parte da população era pobre e desprovida de conhecimento sobre arte, em sua maioria analfabeta. Assim no Brasil não houve a mesma propagação, como na Europa.
            O barroco no Brasil só veio tomar forma, por volta de 1720 e 1750, quando foram fundadas varias escolas literárias, espalhadas pelo país. O marco do Barroco brasileiro é a obra presopopeia de Bento Teixeira. Tendo como maior percussor o padre Antonio Vieira, grande defensor das causas políticas e excelente orador, cativou e espalhou o barroco a literatura barroca.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Antigo e atual.


À primeira vista, quando se fala em Barroco, relaciona-se logo à arte, pintura, escultura. Contudo o mesmo não se restringe. O Barroco é mais uma expressão, uma filosofia entregue à população, outra visão, outro conceito expresso livremente. Todavia, tudo o que constrange o comum, não é aceito com facilidade. No entanto a necessidade abate o orgulho.

O Barroco surgiu como uma fagulha de realidade no mundo romântico da arte. Não se permitia mostrar-se vazio, a menos que fosse esse o desejo, versava emoções, causava sentimento às pessoas. Marcava expressões. 

Na pratica era expressiva por conta do analfabetismo na maioria popular. A arte com seu forte desempenho comunicativo resolvia facilmente essa dificuldade. Passando para uma população pela imagem o que não poderia ser dito com as palavras.

Assim o Barroco ainda pode ser relacionado facilmente ao hoje. Sendo mais do que matéria. Numa sociedade marcada pela diferença, pelos opostos, não precisando ser somente fé e razão, mas simples parecer em si já é barroco. Assim todos passaram e passam pelo Barroco, não precisando ter vivido há mil anos.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Barocco





Atualmente na sociedade não existe mais barroco especificamente, como antes existiu, esse já havia se desgastado há muito com o surgimento do arcadismo na Europa, que veio como decreto final para o pensamento barroco no século XVIII. Todavia seu fim não foi metódico. O barroco deixou marcas, formou historia. Foi a partir de divisões dessa filosofia, pensamento, arte, que surgiu tantas outras.
O barroco nasceu com a crise do Renascimento. Tendo como exemplo de manifestações desta crise, o saque de Roma realizado por tropas espanholas e francesas em 1527, que levou o declínio das cidades-estado italianas, de onde sobrevinham os postulados do Renascimento, e, sobretudo, a Reforma de Lutero. Estes episódios quebram com a segurança das pessoas. Enquanto a burguesia se fortalecia a nobreza se sentia ameaçada. Gerando grande agitação no ar.
 O Barroco veio com o intento de resolver os dilemas de um homem que perdeu sua fé na razão e na harmonia, por meio de uma forte religiosidade medieval e da abolição dos conceitos renascentistas de vida e arte. A partir  desta etimologia, a palavra Barroco foi sendo coligada à impureza, à imperfeição.
Apenas no fim do século XIV o barroco foi reconhecido como manifestação artística. Antes nomear uma obra como barroca era o mesmo que dizer que ela era bizarra, imperfeita, desproporcional, esquisita, estranha, defeituosa. Tudo porque ela se distinguia do conceito de arte comum aceito na sociedade e do ideal clássico de beleza cultuado no Renascimento.
A arte barroca emprega opostos, o sagrado e o profano, a sensualidade e a espiritualidade, a razão e a emoção. A beleza é distinguida pela realidade, retratando o dia-a-dia, a vida com suas imperfeições. O que vale não é a exatidão das formas, mas a expressão, o poder de afetar, causar sentimento nas pessoas que as observam.
Destarte, o fim do barroco se deu de forma peculiar. Como toda arte tem começo e fim, este também o teve. A escolha era continuar e se tornar comum, ou acabar e se tornar histórico. "Toda forma exige fechamento e fim, e o barroco se define pelo movimento e instabilidade; parece-nos, pois, que ele se encontra ante um dilema: ou negar-se como barroco, para completar-se numa obra, ou resistir à obra para persistir fiel a si mesmo"    --J. Rousset.