A literatura barroca se revelou em meio a conflitos. Registrou um momento de crise espiritual na cultura ocidental. Num momento de choque entre as duas mentalidades da época, duas visões do mundo: de um lado o paganismo e o sensualismo renascentista, este estava no seu fim, e do outro uma forte onda de religiosidade, semelhante ao teocentrismo medieval.
Assim veio um período de grande turbulência política, social e principalmente religiosa. A incerteza e a crise tomou conta da vida portuguesa. Fatos importantes como: o término do Ciclo das Grandes Navegações, a Reforma Protestante, por Lutero (na Alemanha) e Calvino (na França) e o movimento católico de Contra-Reforma marca o contexto na história e contribui para a criação do "Mito do Sebastianismo" - esse mito foi criado com o desaparecimento de D. Sebastião, rei de Portugal, onde dizia que toda a felicidade havia ido embora junto com o seu desaparecimento.
O barroco se revela na busca da novidade e surpresa. O gosto pela dificuldade, na idéia de que nada é estável, tudo tem que ser decifrado. Assim, existem duas tendências que se manifestam no estilo barroco: o Cultismo, que se caracteriza pelo uso de figuras de linguagem e um vocabulário sofisticado e o Conceptísmo, que se caracteriza por um jogo de idéias, formado pelas sutilezas do raciocínio e do pensamento lógico, por analogias e várias historias ilustrativas.